quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Os Fins Justificam os Meios (Mais exemplos)!

Aqui temos mais três exemplos que mostram que, no mundo corporativo, os fins justificam os meios. Note que você, o cliente que compra e usa os produtos e serviços, não interessa ... E eu estou sendo educado!
 
 
Antes de iniciar a leitura tenha certeza que eu não sou tecnofóbico, ou contra a tecnologia e muito menos contra qualquer empresa. Eu sou contrário aos métodos duros e agressivos que as grandes corporações usam para alcançar seus objetivos, sem se importar com nada ou ninguém. Para mim, parecendo ingênuo ou não, os fins não podem justificar os meios. As pessoas não devem ser esquecidas, desconsideradas e desrespeitadas. O ponto aqui é questionar o que se faz com a tecnologia e não a tecnologia em si.

Lavatórios Menores e Lucros Maiores

De acordo com matéria do jornal Folha de São Paulo, de 25 e dezembro de 2016, as empresas áreas norte-americanas resolveram diminuir o tamanho dos lavatórios nas suas aeronaves para aumentar a quantidade de passageiros por voo e, em consequência, seus lucros. Essa ação de instalar banheiros menores foi iniciada em 2013 e desde então as reclamações dos passageiros começaram, com relatos sobre problemas de segurança (com dedos machucados, esbarrões e pessoas atingidas) em função da dificuldade de se mover dentro de tais sanitários. A matéria da Folha de São Paulo relata que os usuários reclamam e as empresas áreas dizem, simplesmente, que “a pesquisa dos consumidores não mostrou queixa significativa sobre o tema”. Uns tremendos caras de pau!!!

UBER e seus carros sem motorista

Eu considero que a segurança é muito importante quando se trata de carros e da loucura do trânsito, considerando que o Brasil é quarto pais com mais mortes no transito na America, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados em maio de 2016. Acho que é nosso dever lembrar que, ainda de acordo com a OMS, mais de 1,25 milhão de pessoas morrem por ano vítimas de acidentes de trânsito em nosso planeta.

Bem, mas o que isso tem a ver com a empresa Uber? O Uber usa seus famosos aplicativos nas cidades pelo mundo, mas não é essa a ideia para um futuro próximo. Eles desejam usar veículos sem motorista e estão fazendo um grande esforço para transformar esse objetivo em realidade. Todavia, parece que há ainda um longo caminho a percorrer. Segundo matéria do jornal britânico The Guardian, de 22 de dezembro de 2016, o Estado da Califórnia obrigou a empresa Uber a retirar seus veículos auto-dirigidos (sem motorista) das estradas, cancelando o polêmico programa piloto da empresa na cidade de São Francisco, depois de uma semana de relatos de violações de trânsito e problemas de segurança. A Uber, que havia dito anteriormente que sua rejeição dos regulamentos governamentais era "uma importante questão de princípio", confirmou que parou seus testes declarando que “estamos agora olhando para onde podemos reimplantar esses carros, mas permanecemos 100% comprometidos com a Califórnia e vamos redobrar os nossos esforços para desenvolver regras operacionais".

Como uma empresa pode declarar que rejeita os regulamentos do govêrno como sendo uma importante questão de princípio? Talvez você leitor esteja pensando que eu errei a tradução do artigo do The Guardian, mas não é nada disso. A tecnologia dos veículos auto-dirigidos irá mudar o nosso modo de vida e as regras sobre como essa inovação irá funcionar de fato no mundo real ainda estão sendo escritas. Por outro lado a Uber parece que enrola ao dizer que está comprometida com a Califórnia. Mas, comprometida como? Isso não está muito bem explicado.

Para aqueles que ainda não entenderam, a Uber não é apenas um aplicativo da Internet que promete transporte mais barato para o consumidor. A Uber, uma empresa de US$50 bilhões,  parece não se importar com violações das leis vigentes e não está nem aí para a segurança dos usuários. Afinal, vale tudo quando se está em uma frenética corrida tecnológica. A meta é usar veículos sem motorista, driblar as responsabilidades relacionadas ao transporte de passageiros, com mudanças e ajustes na legislação, aproveitando a enorme redução de custos que isso representa e, naturalmente, ganhar muito dinheiro.

Spotify impondo a renuncia ao sigilo bancário

Mas, como assim? Uma empresa não pode impor aos usuários de seus serviços que renuncie ao sigilo bancário. Isso não é ilegal? Sim, com toda a certeza, mas a empresa Spotify parece não se importar!

Segundo matéria do jornal O Estado de São Paulo, publicada em 22 de dezembro de 2016, o serviço de streaming de música Spotify está provocando a ira dos usuários no Brasil, depois de lançar uma nova versão de sua política de privacidade, segundo o qual a empresa impõe que o usuário "renuncie expressamente aos seus direitos previstos nas leis de sigilo bancário". Segundo a empresa, ao concordar com o texto, o usuário abre mão do sigilo bancário em relação ao Spotify, qualquer empresa do mesmo grupo, parceiros de negócio e prestadores de serviço da empresa. A cláusula é abusiva e, com base no Código de Defesa do Consumidor, seria considerada nula pela Justiça, numa eventual disputa judicial. Ao incluir a imposição de renúncia ao sigilo bancário, o Spotify não esclarece porque essa condição é importante para a prestação do serviço, mas tudo indica que o objetivo é usar essas informações para fins comerciais.

Como se vê é tudo por dinheiro! A tecnologia é apenas um habilitador. Aqui você viu apenas três exemplos, mas o nosso mundo está cheio deles. Bem, é isso aí!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Inclua seu comentário: