sexta-feira, 6 de junho de 2014

Mais um pouco de SCRUM – parte 2

O que seria a coisa mais importante para um gerenciamento de projetos bem sucedido? Há um debate rolando sobre a melhor maneira de gerenciar um projeto de software. Se você, simplesmente, digitar “Waterfall e Agile” no Google, encontrará algo em torno de 2,2 milhões de resultados dessa pesquisa. Bem, se você não entender o motivo desses termos específicos, não se preocupe. No jargão do gerenciamento de projetos, os nomes “Waterfall” e “Agile” se referem aos mais conhecidos estilos de gerenciamento de projetos de software.

Waterfall (Cachoeira ou queda d’água): É o estilo da velha guarda, onde cada fase do projeto não inicia até que a anterior tenha sido aceita pelo cliente, com a assinatura do termo de aceitação – como a água que flui para baixo ao longo de uma série de cachoeiras.
Agile (Ágil): É a mais recente onda do gerenciamento de projetos porque proporciona mais flexibilidade para os desenvolvedores, em um processo criativo na base de ciclos de construção e revisões frequentes com o cliente. O Scrum é o mais popular de todos os métodos ágeis. O fato é que os projetos de software personalizados são processos criativos, mesmo que, geralmente, não sejam reconhecidos como tal.
 
Ambos os métodos tem sido bem sucedidos. No debate mencionado no início desse post, as pessoas desejam saber qual método devem usar em seus projetos, e a resposta é ... isso depende. Afinal, uma coisa é certa: o método não vai gerenciar o projeto para você!

Você pode avaliar o envolvimento do seu cliente, a preferência e os estilos de trabalho da sua equipe, o tipo e o escopo do projeto e o objetivo final. Sim, você pode fazer tudo isso e muito mais. No entanto, nem uma dessas metodologias de gerenciamento de projetos vai garantir o sucesso.

Mesmo que o método “Waterfall” forneça um controle justo sobre o seu projeto, você ainda pode ter problemas com mudanças de escopo. Conforme o tempo passa, as necessidades do cliente podem mudar. Se, no meio do projeto novas funcionalidades são acrescentadas ou mudanças importantes de direção são requeridas, o projeto poderá não suportar tais mudanças (não há dinheiro, tempo e outros recursos disponíveis nessa altura) e fracassar.

Abaixo temos os dois cenários possíveis que, geralmente, ocorrem em projetos geridos com o método “Waterfall”:

·         O projeto segue o método de controle integrado de mudanças. Em outras palavras, qualquer mudança solicitada só pode ser implementada se aprovada pela equipe de projeto e pelo cliente. Se a mudança gera custo adicional, esse deve ser pago pelo cliente. Afinal, todo o projeto foi planejado com antecedência (na fase de planejamento). Por conta disso, as mudanças podem comprometer o projeto em função de seus grandes impactos. Se o cliente se recusa a pagar o custo adicional – o que geralmente acontece – o projeto fica ameaçado de fracassar.

·         A equipe de gerenciamento do projeto pode concordar em assumir as novas mudanças, fazendo o projeto absorver os custos adicionais que as mesmas possam trazer. Isso, na prática, significa deixar de fazer o controle integrado de mudanças. A equipe de projeto se convence a fazer isso em nome da manutenção do bom relacionamento com o cliente, evitando a conversa desconfortável de aumento de custos para o cliente. O problema aqui é que isso pode levar a diminuição das margens de lucro com consequências, na maioria dos casos, desagradáveis para os membros da equipe do projeto. Afinal, a alta direção da empresa poderá não reagir bem, não sendo nada compreensiva e nem tampouco “boazinha”, quando descobrir a queda nas margens de lucro.

Um gerente de projeto altamente qualificado sabe como navegar por entre essas armadilhas, sendo capaz de analisar os impactos de potenciais mudanças. Com isso será possível agir com antecedência, antecipando problemas e debatendo com o cliente soluções – menos dispendiosas - que reduzam o impacto das mudanças.

Por outro lado, a flexibilidade de desenvolvimento “Agile” é muito atraente para muitos desenvolvedores experientes. No entanto, há conhecidos problemas que tornam o método Ágil inadequado para alguns tipos de projeto.

·         Os projetos ágeis são notórios por falta de documentação sólida. O ritmo rápido e freqüente das mudanças pode ter como consequência documentos desatualizados, como procedimentos e manuais de usuário, e até mesmo afetar a comunicação do cliente. Um gerenciamento de projetos adequado pode exigir um controle justo sobre o fluxo de informações.

·         Se o produto final já está bem definido, havendo uma chance pequena de alteração, então os ciclos freqüentes de feedback dos clientes podem ser demorados e desnecessários.

As metodologias de gerenciamento de projetos se destinam a facilitar a vida do gerente de projetos, mas o GP ainda precisa trabalhar muito. Um gerente de projeto experiente irá buscar o equilíbrio certo de documentação atualizada ao lado dos ciclos de construção e de feedback curtos. Poderá identificar maneiras de manter a interação do cliente a um mínimo razoável e necessário. Um gerente eficaz também se comunica bem com a equipe de desenvolvimento, promovendo um alto nível de entendimento entre os membros da equipe e os demais stakeholders.

Em suma, o sucesso vem muito mais da escolha de um solidário, pró-ativo e competente gerente de projetos, que utiliza bem qualquer método, do que da própria metodologia escolhida. É por isso que utilizar a pessoa certa é ainda a melhor abordagem.

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